Minha querida,
Se não posso
dar-te mais,
me ofereço hoje
– em traje de gala –
coberta apenas
de luminosas
notas musicais
Maria Borges
Escrevo-te ouvindo minha música de momento que já pode ser outra quando você estiver lendo essa carta, porque você sabe bem que sou esse rompante musical… Misturo-me as letras e assim, apaixono-me pela canção. Talvez, você dirá que sou volúvel, mas sou assim com as músicas. Gosto de tantas e amo muitas.
Sabe, parece que esse ano o inverno resolveu ser intruso dentro dos dias de outono e a temperatura caiu. Você sabe que não gosto de frio e me refugio na quietude do meu quarto enquanto limpo mais uma vez as gavetas e eis que encontro as cartas todas. As suas se misturaram as que recebi de amigas de outros cantos. As palavras ali, no papel já amarelando pelo tempo, parecem escritas em outro tempo… esse mesmo que recorro e digo que parece que foi ontem.
Não está escrito nelas as mentiras que esquecemos de contar… acho que nem passou isso por nossas cabeças quando minha curva esbarrou em seu mar. Parecia que tudo já havia sido vivido em séculos e séculos atrás… e hoje, entre os vãos das conversas há a estranha sensação de que tudo foi só uma estação fora das estações. Mentimos que era para sempre, mentimos que a emoção seria sempre a mesma e mentimos que não sofreríamos. Tudo mentira para quem não mente. Nomes sobrepostos entre um lugar tão longe que parece não existir. Tudo em códigos simplificados para além do que poderíamos entender.
Mas, como a canção que eu ouço repete mas eu vou sentir sua falta e assim vou somando as palavras, guardando os envelopes, ouvindo as canções que já cantamos juntas e lendo os mesmos poemas até que os séculos se tornem dias comuns e a gente possa enfim dar as mãos.
Mariana Gouveia
É abril e é mês de b.e.d.a – blog every day april
Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega
só porque hoje é o dia da mentira
O seu texto merece tantas considerações que o responderei num texto oportunamente, Mariana! Abração!
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Esperarei, moço! Grata!
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Engraçado, hoje eu coloquei o fone de ouvido, mas não ouço nada. Estou em silêncio, com livros e folhas esparramados por cima da mesa. Me aborreci há pouco com algumas coisas e agora preciso de qualquer coisa de paz para voltar para o meu lugar, seja lá onde fique isso. rs
Eu, ao contrário de você, adoro o frio e estou satisfeita com a agradável temperatura que pede abraços, xícaras de chá e manta para os pés. Só lamento que seja por pouco tempo… aparentemente.
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Hoje teve muitos pássaros por aqui. lembrei-me de tu e seus pássaros azuis.
houve um presságio de sol, mas caiu de novo a temperatura…
Bacio, amore
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