
Bambina mia,
Sabe, bambina, a primeira vez que li Alice aconteceu em um sem fôlego. As palavras me dominaram e foi como se bebesse de um gole só todo café da xícara e depois, vem a sensação de que preciso levantar, ir até a máquina preparar mais uma xícara e daí, então, beber pausadamente. Foi assim com Alice. Mas eu não estava só e preciso te falar de Ana.
Ana, é o meu mundo além mar. Falamos de poesia, de trabalhos, de sonhos, de amores, de desejos e de livros. Alice surgiu em nossas conversas e resolvi ler Alice com Ana, através de um aplicativo de vídeo de uma rede sociais.

Em seu horário de almoço ou nas horas vagas, contornando o fuso horário, com Alice em mãos a gente falava de coisas sobre sua escrita. Da maneira que você envolve a gente em uma história e Ana tornou -se minha companhia diária das 10:00 às 10:30 na missão de desvendar um livro para alguém que também é apaixonada por literatura.
Dessa forma, bambina, Alice chegou mais densa para mim e desenhávamos juntas as Alices que a gente conhece nos quatro cantos de lugares diferentes além mar ou aqui. Já não era uma história minha, com a xícara vazia de café… Alice se transformou nos prazeres das conversas entre o bule na mesa e as xícaras com seus pires com corações talhados, além do bolo de fubá, de laranja e a receita trocada no fim de cada capítulo.

Chegamos ao fim do livro e a experiência da leitura, feita em companhia tão gentil, levei seu livro para o outro lado do oceano através de minha voz. A sensação é quase de orfandade. O ritual era algo preparado para através de uma tela de um celular ou notebook o saber/sabor do livro entendido, sentido e compartilhado.
Queria que soubesse disso em forma de carta, que é a forma que consigo dizer para além das palavras que sua escrita me envolve.
Grazie!
PS: Ah, e começamos Lua de Papel!
Mariana Gouveia
Projeto Artesanal Alice, uma voz nas pedras de Lunna Guedes.
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