e branco como as divas mudas?
Carmen Picos
Carmencita,
só hoje soube de sua partida há tantos meses atrás e como prometido te escrevo. Gil canta no repeat. Reli as nossas mensagens até chegar em seu silêncio. Como alguém vai embora assim sem tempo de despedida? Depois, suspirei e agradeci por ter tido a honra de ter você em minha vida, mesmo que por trás dessa tela.
Ficou para trás a promessa do encontro, do abraço, dos poemas que eu leria e dos que faríamos juntas – quem sabe, um dia, para além dos mistérios que a gente desconhece isso não aconteça – ficou em mim o carinho que sempre me dedicou e da diva maravilhosa que se transformou aos meus olhos.
Eu te dava relatos diários do Chiquinho e você falava de música e agente falava de filhos. De gatos, de animais, de flor, de luta de Brasil e do mundo. Você me levava Espanha afora… madrecita, arriba e cariño…
Eu te achava revolucionária e você era fã do Che e de tantos outros que eu reverenciava também – e dos risos… – e a gente ria através de letras… era tantos kkkkkk e tantos hihihihi, hahahaha e tantos uias… e um dia de repente a gente se declarou… um eu te amo se confrontou com o eu também e o tu me faz bem e o Carmencita virou sinônimo do meu carinho.
Te contei sobre meu milagre de cura e você falou do milagre do universo que liga pessoas de lugares distantes como se fizessem parte da família. E assim, a gente foi tantas em mensagens únicas que nunca apagarei. Serão como mantras em dias difíceis.
Você é minha diva onde quer que esteja, em qualquer lugar do universo ou apenas em meu coração. Você será meu sorriso quando uma lembrança me trouxer você e quando um pássaro atravessar o céu seu sopro chegará até mim como se fosse abraço.
Voa, pequeninha!
Abraço carinhoso
Mariana Gouveia