Ela tinha um jardim bonito. Desses cheios de flores variadas e ervas que tanto servem pra remédios como para temperos.
A cada 15 dias eu visitava aquele jardim e nunca era a mesma flor. E nem os mesmos pássaros e as borboletas laranjas, também não eram as mesmas. Mas ela, era. Eu a via sentada numa das cadeiras que ficava debaixo de uma árvore.
A princípio, parecia que me olhava. Cheguei a ter impressão de que sorria quando essa ou aquela borboleta escapava de mim. Mas, era impressão mesmo.
Respondia ao meu bom dia, meio tímida e não mais que isso, enquanto eu invadia quase a parte toda do quintal atrás dessa ou daquela borboleta.
Quando chegava minha hora de ir eu agradecia, dava tchau e ia rumo à vida. E ela ficava ali, no seu jardim de flores.
Mariana Gouveia