Depois da colheita feita
Desenhou a lápis seu próprio jardim
Cavou as linhas aleatórias da vida
o filtro dos sonhos pendurado no teto
o adubo, colocado um a um
preparando a terra – afinal, é ali que se planta e se colhe
na palavra – dizia o pai – que há tempo para tudo
histórias desenhadas no vestido de flor.
plantou e fez a colheita, como era de fato, o tempo para renascer, abriu mão da própria coragem
Algumas coisas na vida nos cobra o medo.
Quem tem coragem de criar o próprio abismo
quando já tem asas para voar?
Mariana Gouveia
Das coisas breves