Mariana Gouveia · Scenarium Livros Artesanais

Minhas coleções.

Eu tenho uma caixinha. (Que boba! Antes, deixe-me explicar.)
Ela não é grande, nem pequena…

é bordada por amor, trancada por causa do medo, feita com o tempo…
O que há dentro? Pessoas; mas somente as que souberam trapacear minha proteção.
Lembranças; algumas nem tão felizes, porém bonitas, resistentes. Necessárias.
Juliana Lohmann

Bambina mia,

Eu também tenho uma caixa, que antes era um baú e foi perdido por descuido de alguém que não vale a pena falar – acho até que já falei sobre isso – e nessa caixa tenho as minhas coleções… Desde pequena que me tornei colecionadora. De papéis de cartas, de canetas e lápis e diários.

Com o tempo passando, e já dona de casa, passei a colecionar imãs de geladeira. Eu tinha vários, de tantas lugares diferentes enviados por amigos que sabiam que eu gostava. Minha geladeira, teve uma época parecia um desses quadros de brinquedinhos de criança. Depois, com a troca da geladeira, vieram parar na caixa, aguardando outro lugar para ficarem.

Sabe, bambina, posso enumerar várias coleções que tive e que depois de um tempo perderam o significado inicial ou algum outro motivo especial como minha pequena coleção de pedras… isso mesmo, pedras de formatos diferentes que eu encontrava nos caminhos onde andava. Tinha uma que parecia um disco voador, caveira, osso, coração, bombons e por aí vai… essa, doei para uma menina que precisava mais dela do que eu… Hoje, uma que ganha minha atenção são as desses bonequinhos – não estão todos aqui e ainda me falta o Charlie Brown – que amo.

Não poderia faltar também a coleção de xícaras e adoro! Elas tem um lugar reservado na estante e ali, fazem a cada dia meu café mais delicioso…

A de carrinhos antigos, começou por causa de meu filho e aqui ficaram quando ele se mudou. São 50 carrinhos, de vários modelos e ainda faltam aqui o fusca e uma Kombi, que ainda não consegui comprar.

Mas, além de algumas outras como das revistas manequim ponto cruz completa – haja armários para caberem – e outras de receitas de crochê, a minha favorita é a coleção de conchas. De vários tamanhos e cores e não cabem na mesa para a foto. Não me canso de admirar e sempre ganho alguma nova, enviadas por amigos.

E para além das fotos e por fim, atualmente, coleciono suculentas. Talvez seja a coleção que mais cuido. Sou aquela menina que colecionava cartas, envelopes e sonhos e hoje, as flores dominaram meu quintal.

Bacio,

Mariana Gouveia
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Maratone - se · Mariana Gouveia · Scenarium Livros Artesanais

Um livro escrito por um homem na sua prateleira.

Como disse ontem, tenho pouquíssimos livros escritos por homens em minha estante. Um deles é Obdúlio Nunes Ortega. Tenho os dois livros comigo. Rua 2 e REALidade.

Difícil dizer qual é o melhor, então prefiro dizer que gosto muito dos dois. Em Rua 2, Obdúlio vagueia com seu contos sobre a rua em que morava. Cada conto traz a figura de uma casa e seu número. Cada personagem e uma história. Vários fragmentos de sua vida e trajetória.

Realidade costuma ser tema de brincadeiras em algumas conversas. Seria Realidade ou Real idade? Confesso que junto as duas coisas dentro dos contos variados de Obdúlio e passeio com ele através de sua escrita dentro do passado, presente e futuro. A realidade sob a visão do escritor traz a sutileza do amor e suas nuances. Ele nos oferece o alvo e o dardo e cabe ao leitor se posicionar onde melhor lhe couber: dardo ou alvo?

Seus contos trazem cenas cotidianas, em sua maioria, da cidade de São Paulo e suas periferias. suas gentes e lugares.

Obdúlio tem também um blog onde posta constantemente. Serial Ser tem crônicas, contos e poesia. A palavra falada e escrita e tenho certeza de que irá te tocar. Quer conhecer? Basta clicar no link do nome do blog e divirta-se!

Mariana Gouveia
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Alice - Uma Voz nas Pedras · Lunna Guedes · Mariana Gouveia · Scenarium Livros Artesanais

Um livro escrito por uma mulher na sua prateleira

Confesso que olhando minha estante me deparei praticamente somente com livros escritos por mulheres, com quatro exceções apenas. E juro que não foi proposital.

Os livros que vou adquirindo/ganhando/emprestando ao longo dos dias por coincidência, são a maioria escrito por mulheres. Foi uma grata surpresa!

Entre eles, Alice, uma voz nas pedras, de Lunna Guedes. A escrita de Lunna me encanta desde o blog Catarina voltou a escrever e me abraçou por inteiro em Lua de Papel I, II e III. Sou apaixonada pela história de Alexandra e Raissa e seus personagens encantadores.

Lunna me iluminou em sua Lua de Papel e me verteu de cores em Vermelho por Dentro. Nos Meus Naufrágios delirei… mas Alice, Uma Voz nas Pedras me deixou sem cor e cheguei a me perguntar: o que você está fazendo aí, que não faz nada para mudar as histórias que você conhece?
Captei os sentimentos e não me sai da cabeça a mulher que vive uma relação abusiva e ainda se acha culpada de tudo. Alguém aí se identifica?

Lunna nos leva por caminhos que são tão conhecidos, tão reais que chega a doer e emocionar. Já li o livro três vezes, em situações diferentes e confesso que me dói a alma ver Alice em tantos rostos conhecidos. Se você se pergunta aí qual é o seu lugar no mundo, acho que está na hora de ler Alice, uma voz nas pedras.

Mariana Gouveia
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Mariana Gouveia

Um livro esquecido na prateleira

O livro chegou dentro de uma sacola, juntamente com outros que uma amiga enviou para que eu lesse… E hoje, buscando um livro esquecido em minha estante o vi. Ícaro redimido é um livro espírita e conta a vida de Santos Dumont no plano espiritual.

Não é o tipo de leitura que eu goste, apesar de algumas vezes ter esbarrado nele, entre uma busca e outra. E curiosamente não sabia que Santos Dumont havia cometido suicídio.

O inventor, personagem desta história, foi um destes Ícaros modernos que, escondendo por trás de sua compleição mirrada e frágil uma alma altaneira e audaz, aspirou a maior das glórias humanas ao desafiar as leis da gravidade. Desejou um dia tornar-se uma grande personalidade e inscrever seu nome nos anais da história, como aquele que realizou o maior sonho do homem: voar como os pássaros…”

Quem sabe, um dia, eu leia… não sei… Por enquanto, até que eu possa devolvê-lo junto com os outros, ficará ali, na prateleira, agora não mais tão esquecido.

Mariana Gouveia
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Mariana Gouveia

Última leitura.

Minha última leitura é uma biografia romanceada de Augusto Frederico Schmidt. Quem contará as pequenas histórias foi um livro que comecei a ler e ficou ali, no canto da estante esperando a vez de terminar e fiz isso nas tardes de terças e quartas enquanto aguardava ser chamada para a fisioterapia. Letícia Mey e Euda Alvim apresentaram a história do menino e funcionário da Casa Costa pereira, do caixeiro-viajante na São Paulo modernista, do editor, do empreendedor visionário, do político discreto e do jornalista.

Mas, acima de tudo, o poeta e sua generosidade e convivência com grandes nomes da poesia como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mário de Andrade e outros.

Além da história do poeta, algumas passagens sobre a política do Brasil em plena ditadura, a amizade com Roberto Marinho me chamaram atenção. “Era o homem que agia e o homem que sonhava”, dizia Carlos Drummond de Andrade sobre ele.

“Quero morrer de noite
as janelas abertas,
e os olhos a fitar a noite infinda”

Foi um livro bom de ler. Recomendo a leitura.


Mariana Gouveia
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Mariana Gouveia · Scenarium Livros Artesanais

Qual foi o último livro comprado?

O último livro que comprei tem o selo artesanal da Scenarium Livros Artesanais e é um projeto coletivo: Casa Cheia e também faço parte juntamente com Adriana Aneli, Darlene Regina, Daniel Bonesso, Isabel Rupaud, Lunna Guedes, Obdulio Nuñes Ortega e Roseli Pedroso…

O livro está lindo e claro que dentro de toda suspeita possível ainda continuo achando o livro lindo! Tenho certeza de que, entre os textos você sentirá um que te tocará a alma, isso, se não for todos.

Casa Cheia é esse aconchego de mesa de cozinha onde todos se juntam para contar histórias e e relembrar os velhos tempos. O livro faz parte do Clube de assinaturas da Scenarium 8. E se você estiver interessado em fazer parte desse clube, aqui você tem todas as informações. Segue uma pequena mostra de um dos meus textos que está publicado no livro:

“para quem voa, é permitido o infinito…

Ouço a melodia das asas no meu quintal e transporto-me para a dimensão das lembranças.
Vou te contar como aconteceu esse amor alado e talvez só depois, entenderá que sou feita de asas.
O dia, era qualquer coisa entre 30 de um friorento junho e o dia primeiro de julho. A água no fogão de lenha sempre aquecida na espera de um nascimento rompante. Todos a postos na cozinha, na sala e o pai, entre a agonia de ouvir o choro ou o grito da Dona Fulô, dizendo nasceu – foi assim com todos os três primeiros filhos.
Lá fora, uma garoa fina os mantinham ali, próximos do fogão a lenha e na atividade de picar a galinha para o caldo.
O olhar da parteira era preocupado. Levava muito tempo entre dores, contrações e quietude. A cidade ficava um pouco longe. E foi ali, entre a espera e a busca de ervas para um banho ‘apressador’ de nascimento que ela viu as asas. Um movimento frenético de quem se afogava e tentava sair da poça. Invocou os santos todos que conhecia e salvou a borboleta que debatia desesperada para voar.
Um voo meio desequilibrado e sem jeito e um pouso forçado na dobradiça da janela. E ali, entre o espiar da borboleta colorida, depois de uma manhã inteira de esforços, eu nasci…”

Mariana Gouveia
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Mariana Gouveia · Scenarium Livros Artesanais

Que tipo de leitora eu sou?

Essa imagem tem 18 anos e faz parte de um livro de poesias da escola que meu filho estudou. Na época fui escolhida para finalizar o livro onde alunos de várias séries escreveram sobre a poesia. O texto, em sua edição teve alguns erros, mas o contexto ficou intacto.

Talvez, hoje, se eu fosse convidada novamente para escrever sobre qualquer coisa referente a livros, eu diria a mesma coisa, porque a leitora que sou hoje tem a influência de minha mãe em me fazer escrever.

Minha mãe, com sua simplicidade entendia que a gente só conseguiria sair dali, daquele pequeno mundo que nos rodeava com a leitura. Ela nos preparava para seguir adiante e sabia que somente a educação podia fazer isso, e penso que consegui fazer a mesma coisa com meu filho.

Desde pequena aprendi que ler me trazia tantas coisas que era difícil me ver sem um livro na mão – até hoje ainda é – foi lendo livros que eu quis escrevê-los e com minhas histórias encantar alguém…

A leitora que sou é a mesma que escreve. Às vezes, tanto de uma completa a outra e todas tem os reflexos da menina que fui guiada pela mãe que eu tive.

Mariana Gouveia
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