De todas as estações · Scenarium Livros Artesanais

Era uma vez, assim. Tão tarde. Que arde.

Já não chove como antes. Agosto arde dentro da tarde, enquanto o cerrado respira lentamente a vida e a seiva prepara-se para os frutos e o verde.

Os meus lugares reais me povoa de sensação de magia e os de fugas viram portas onde te procuro. Caminho entre o seco e o novo. Tenros brotos a brigar com a secura do deserto. Era ali, amanhã, um dia qualquer. O destino traçado em minha mão de sorte.

A palavra entre nós – surdas que somos – tem a receita da dor. Era de novo o dia da dor e o arder da tarde latejava na pele, o aviso. O braço parado para o aceno e os dias perdidos dentro do calendário. Era uma vez, assim. Tão tarde. Que arde.

Mariana Gouveia
Estamos em Agosto e por isso, temos BEDA.
Participam comigo:
Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega – Roseli Pedroso – Suzana Martins e Bob F

13 comentários em “Era uma vez, assim. Tão tarde. Que arde.

  1. Que foto linda, cara mia…
    E o texto, bem, me perdi nas esquinas onde sempre olho para o rapaz com o cão. O garoto quer vir até mim. Mas o humano se incomoda. Acha que o cão gosta mais de mim que dele. Eu aceno para o cão, não para ele, que retribui. Era uma vez…

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