Do lado de fora · dos diários · Scenarium Livros Artesanais

Diário das coisas que não aconteceram

Limpei a nossa rua…
varri certas loucuras à noite
-do tipo verdes e pequenas.

Sabia que ainda venta muito
sem Você?
Fico de sombra em sombra…
dá um azar danado pisar
no pedaço iluminado
que limpei.

Aden Leonardo
Diário das coisas que não aconteceram
Scenarium Livros Artesanais

6 on 6 · Lunna Guedes · Scenarium Livros Artesanais

Projeto 6 on 6 | Scenarium…

Falar sobre os livros da Scenarium Plural para mim é como falar de filho. Você vai ver aqui aquela mãe boba que só admira cada coisa que o filho faz.
A Scenarium entrou em minha vida pelas mãos de Lunna Guedes e foi amor à primeira vista, ao primeiro comentário e depois disso tivemos tanto de primeiro/primeira que até hoje tenho primeiros lances com ela.
Dessa descoberta veio as realizações de sonhos e tudo que aconteceu está aqui registrado em posts, poemas, cartas e fotos.
Mas, hoje, venho te mostrar a minha Six Top List dos livros que a Editora publicou e que te convido a conhecer:

Lua de Papel I, II e III
Lunna Guedes

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Lua de Papel não é só um livro. São três! Não é só uma trilogia! São histórias que se encontram e encantam.
Eu, amei cada um deles e enveredei pela história de uma maneira que ficava torcendo para que no próximo capítulo fosse além do que a autora descrevia. Lua de papel me fez viajar, sonhar e ficar como se estivesse dentro do livro, quase à beira da janela e bastava fechar os olhos e respirar e eu já era parte do livro…
Me apaixonei por cada personagem e muitas vezes tecia meu diálogo com elas. O livro me surpreendeu em seu final cativante e encantador.

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Dentro de um Bukowski
Aden Leonardo

“para o que existiu e foi deixado sob o lago
– aquela imensidão do esquecimento, do dia a dia. Um “B” lado oposto da realidade,
debaixo das estrelas”.

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Dentro de um Bukowski me levou/leva para dentro dos delírios. Aden me leva em uma viagem onde me deixo levar pelo lirismo latente.
Ouso, camuflo, domino, choro e rio junto.
Com ela eu não conjugo os verbos, eu os engulo e devoro. Talvez eu solte o grito que ela guarda. E literalmente viajo com ela pelas estradinhas – entre ida e volta – de Minas.
Confesso que enquanto “viajo” pego alguns atalhos dentro da paisagem e isso se transforma na melhor parte da viagem.

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A construção da primavera
Adriana Aneli Costa Lagrasta

“Ele está certo, do verão amo a tempestade, que estranhamente se antecipa no outono, este ano.

“Percorria o vidro com a ponta dos dedos, respirava fundo – como quem morre – e misturava o lado de fora ao lado de dentro…”

Compartilhei desta chuva de hoje… a de sempre… a memória: somos 60% água, matéria líquida aconchegada à passagem do tempo”.

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Adriana Aneli primeiro me embriagou com seu Amor Expresso. Sorvido, bebido e adorado. Além da simpatia – e simpatia é quase amor – e da materialidade do livro apreciado em um trabalho lindo do Atelier Flávia Taiano – que te convido a conhecer – os 50 mini contos me levaram à tardes mornas, aspirando o cheiro do café enquanto degustava o livro.
Já A Construção da Primavera me trouxe o ritmo das estações. Dentro de um projeto lindíssimo: O Diário das Quatro Estações – do qual me orgulho imensamente em fazer parte – Adriana te pega pega mão e te leva o ar supremo do outono adocicado pela sua poesia, à doçura da primavera em plena construção, ao inverno mesmo acinzentado e florido e um verão de luxo puro dentro das palavras dela. Com isso, ela constrói não somente a primavera, mas todas as estações derramadas de poesia.

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Scenarium
Plural North and South

Estamos sempre à beira. podemos quebrar a espinha ou virar o mundo. não é questão de escolha, às vezes. mas pode-se reconhecer, pelo menos, que à beira sempre está presente.
estamos sempre à beira. há os que percebem. há os que sentem somente frio na barriga. não há volta, o frio na barriga não perdoa.

estamos sempre à beira. entre nortes e suls, estaremos perdidos (como se quisessemos direção…); entre lestes e oestes, a mesma falta, o mesmo desapego.

estamos sempre à beira, mesmo quando caímos.

à margem, à beira, norte e sul.
Claudinei Vieira

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Com Plural North and Soul e o poema de Claudinei Vieira falo do Projeto Plural e toda diversidade e gama de poetas magníficos que nos presenteiam com participações especiais nas quatro edições durante o ano. A Plural é uma revista de luxo onde a troca e a pluralidade te faz singular dentro da literatura. A arte inserida desde o projeto ao formato nos torna parte da ideia, do contexto e por fim, da poesia dividida entre uma gama de autores que embarca na ideia da Editora.

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Septum
Lunna Guedes

gosto das madrugadas frias, com cheiro de chá quente na xícara… vinho na taça – um gole ou dois e os sabores se precipitam – gosto de um som a dizer suas notas e a pilha de livros a espiar-me, como se dissesse: leia- me. Gosto de ver os envelopes vazios… com suas cores a dizerem possíveis destinos.
Meus mapas são outros…eu me movo através de elementos particulares. Vou de uma esquina a outra em busca de uma mesa de canto do mundo, da vida e do corpo. Cheque mate!

Lunna Guedes

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Quando Septum se abriu aos meus olhos eu mergulhei dentro do imaginário de Lunna Guedes. Não fosse pela delícia de vasculhar as palavras que tão bem me tocam seria pela jogada de mestre de Lunna de nos prender ao seu mundo. As histórias nos envolvem a ponto de acharmos que a história é nossa e que o personagem pode ser eu, você ou alguém conhecido… Septum traz a magia do sete. Do mês da primavera, do idioma diferenciado em explorar nosso pensamento na melhor forma de desvendar os mistérios onde os brancos são preenchidos entre o encanto e os gestos.
Septum é esse gesto pronto de entrega.
Lunna nos presenteia e oferece dentro das estações a sensação plena delas. Septum é o próprio presente do Outono e a docilidade da primavera…A sensação de sentir na pele o inverno e se aquecer no verão.
Então, te proponho um desafio: que você não se perca dentro das palavras. Ela sabe como surgem os personagens.
A jogada está dada. O próximo lance é seu.

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Detalhes Intimistas
Tatiana Kielberman

Ontem você me encontrou no meio da rua e me trouxe de volta para casa. Eu te pedi apenas um grão de areia, um pedaço de chão… mas você me ofereceu em retorno um território inteiro de lembranças e saudades.
Foi como estar dentro do abraço de antes, ao qual nunca deixei de pertencer: metade-inteira-fraqueza-inquietante…
Você sempre me soube, e ontem não foi diferente… Aquela mesma figura afetuosa adentrou minha alma com seus olhos de raio-X, oferecendo respostas àquilo que eu nem havia perguntado, e silenciando cada uma de minhas insistentes e levianas dúvidas…
Uma doçura mesclada com imponência perfaz as metáforas do seu caminho, e diante dessa singeleza me reverencio, pois foram seus gestos tênues que plantaram em mim a semente da realidade – elemento sempre tão frágil aos meus olhos…
Hoje o dia amanheceu mais claro, e mais bonito também… Confesso: estava com enorme saudade de enxergar a vida assim!
Quando você vem me encontrar outra vez?

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Tatiana um dia me disse: “Palavras não são capazes de traduzir o carinho que sentimos”… e eu digo que são…
que as palavras que Tatiana me leva pela mão como se desenhasse o caminho para eu seguir.
Tatiana escreve com a alma e por isso, em cada texto a alma se mostra e faz com que o coração acelere e aceite a loucura e a lucidez, a fragilidade e a força. Tudo una e várias dentro dela.
A menina e a mulher. A fome e a saciedade.
Com as palavras Tatiana Kielberman nos abraça, acolhe, afaga e nos instiga a descobrir o mistério que ela tão sutilmente sugere.

Mariana Gouveia
Projeto 6 on 6 – Scenarium
Conheça mais um pouco de nosso autores aqui:

Adriana Aneli
http://www.adrianaanelicosta.com/

Lunna Guedes
https://catarinavoltouaescrever.wordpress.com/

Aden Leonardo
https://www.facebook.com/aden.leonardo?fref=ts

Claudinei Vieira
http://desconcertos.wordpress.com/

Tatiana Kielberman
https://meusabismosfaceis.wordpress.com/