Andei procurando uma forma diferente de falar de geometria com você sem necessariamente sair por aí fotografando os espaços da minha cidade. Lembro-me de que te perguntei sobre o que pensou dentro da palavra geometria e ouvi sua gargalhada… Resolvi modificar meus gestos dentro da palavra e te escrever… Sabia que depois disso vi geometria em todas as coisas… Rá!
Em cada canto há uma janela quadrada – às vezes, retangular e até oval. Por isso resolvi seguir meu olho e te mostrar a geometria das coisas daqui.
As borboletas daqui, depois que passei a observá-las, me trouxeram nuances geométricas, não só nos desenhos que formam em suas asas, mas juro que vi um formato de triângulo quando ela pousou em meu dedo. É lúdico, bambina… mas é quase triangular essa asa, não é?
Confesso que vi um hexágono na ipomeia lilás e suas gotas. A trepadeira está coberta delas, e quando ficam penduradas também tem o formato de triângulos… e como há triângulos por aqui, em diversas coisas…
Sabe, bambina, eu fiquei mesmo feliz quando vi o reflexo do arco-íris no quadrado do piso da varanda… Aconteceu a primeira trovoada de maio aqui e me lembrei de você… Gritei seu nome – o que já nem é estranho mais – porém, o ritual do arco-íris levou a chuva para outro lugar e só deixou os trovões por aqui.
Nos retângulos de pedras que cobrem uma parte do quintal servem de caminhos para o joão de barro. A ave parece brincar de amarelinha e arranca um riso meu. As flores de ipê fazem cama por ali, quando caem, sob a leveza do vento. Acho que já te mostrei isso. O chão fica dourado de flor.
Mas, é através da janela, sem suas cortinas lilases que o céu se desenha para mim, bambina… os retângulos – ou seriam quadrados? – me mostram as nuvens e suas nuances, ainda com indícios da chuva que não veio…
Bambina mia, encerro com a lua e seu círculo natural chegando em minha noite. Claro que faltaram tantas coisas, mas esse espaço cabe apenas seis fotografias. Eu poderia ter te mostrado as manchas engraçadas nas costas das ladies bugs que vivem aqui, o triângulo disfarçado no besouro que encontrei esses dias no pé de algodão e até as geometrias diversas na folha do mesmo pé de algodão. Mas fui escrevendo formas por aqui… Meu abraço cabe direitinho no seu abraço. Seria um enlace… é geométrico o abraço?
Bacio,
Mariana Gouveia
Projeto Fotográfico 6 on 6 – Geometria
Scenarium Livros Artesanais
Participam comigo:
Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega – Roseli Pedroso e Suzana Martins
Que texto! Tu sempre me deixa sem palavras. E fico feliz em te ler. O meu abraço.
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eu fico lisonjeada! Grata sempre! Abraço carinhoso ❤
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Eu que agradeço e me desculpo, realmente não sei o que dizer, tu, Lunna escrevem maravilhosamente. Abraço carinhoso ❤️
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Você faz a mesma coisa com fotografias e canções ❤
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Eu adorei o seu olhar para as formas, cara mia… amei a farfalla, mas a janela. Ai mio cuore. Ali pulsou forte, acelerou e ainda não voltou ao ritmo anterior…
Grazie por essas formas únicas do teu lugar que é um pouco meu também
E sim, eu gargalhei mesmo, aliás, ainda o faço.
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Grazie por me permitir essas trocas de emoções e cuores!
Amo tu imenso ❤
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A Natureza é pródiga em formas e sábia em resoluções geométricas para perpetuarem a vida. Lindos registros, Mariana!
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Grata, moço! abraços
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❤️❤️
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❤ ❤
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Eu tb adorei. A matemática está em tudo em nossas vidas, e a geometria é um ramo que está mesmo presente e vc conseguiu captar com sua sensibilidade. Poderia ser a abertura de um livro de matemática;
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Grata, Ana! Logo eu que não sou muito de matemática me vejo agora dentro dela depois desse projeto.
abraço carinhoso ❤
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Silv + ana 🙂
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Ohhh, peço desculpas! Silvana é lindo!
Desculpe-me de novo.
Beijo meu
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