O guarda chuvas não continha o equilíbrio do vento, quebrou na esquina de cima, antes mesmo que a chuva passasse.
A água escorria do céu feito afagos.
A solidão é mesmo feita de horas vazias.
Uma mulher me contou uma história do pai – vi a emoção dentro dos olhos dela –
O pai, sempre deixava para ela e os irmãos, um pouco da comida da marmita. Dava uma colher para cada, só porque eles gostavam.
O olho do pai brilhava vendo a comida ser compartilhada entre os filhos.
Dentro dos olhos dela o céu brilhava de azul e chovia.
A voz embargou na lembrança.
Tão perto, ali, a revelar memórias. Tão longe, ali, a viver dentro delas.
Não foi preciso abraçá-la… o gesto continha o abraço.
Mariana Gouveia
dos Rituais da memória
Um bom pai para recordar um gesto belo que seja…
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Assim são as histórias.
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