Tem a flor estampada no vestido, o mês e seus dias de chuva atrapalham a visão da Lua. A rua de cima tem uma canção no repeat. Escrevo cartas pela metade. Folhas inteiras de frases inacabadas. A sensação de falta de ar no limite. O vento arrisca pela cortina e a solidão é esse emaranhado de ciclos repetitivos. A rua de cima tem dias de vazios nas árvores — cabia a brancura em qualquer canto — e as nuvens em espiral causando a plenitude do céu. Era uma vez, assim, a vontade de ser. Tem dia em que as histórias ficam sem o final.
Mariana Gouveia
Desvios para atravessar quintais
Scenarium Livros Artesanais
Thank You!
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O inacabado do meio ambiente parece ser o tema deste momento narrativo sob uma mescla ténue de desalento a reflectir-se no acto de escrita do eu narrativo a iniciar “era uma vez ” terminando ” Tem dia em que as histórias ficam sem o final nem deixa por lapso o seu “eu” indisponível para a escrita ” Escrevo cartas pela metade. Folhas inteiras de frases inacabadas. ” Interessante a partilha da natureza nesta ausência do acto de escrita” O vento arrisca pela cortina e a solidão é esse emaranhado de ciclos repetitivos. A rua de cima tem dias de vazios nas árvores — cabia a brancura em qualquer canto — e as nuvens em espiral causando a plenitude do céu. Era uma vez, assim, a vontade de ser. Este “ser” situa nos na cumplicidade do eu narrador com o meio ambiente que o contorna . Um momento narrativo de óptima aplicação pedagógica numa época em que “escrever e ler” são peregrinos viajantes . Maria
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Grata, Maria, por sua visão da minha escrita! ❤
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Um abraço deste lado do mundo -Grata-Maria
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Essa rua de cima me faz pensar na minha infância. Só que era a rua debaixo que me atraia.
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A rua de cima tem nome que é um número. Rua 29. Um dia, escrevo melhor sobre isso.
Bacio
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