Das palavras das cartas · De todas as estações

Meus tantos… eu…

Mariana, Mariana…

Te escrever é como abrir um mapa e encontrar suas rotas… já se deu conta de quantos caminhos você andou? E os atalhos? Já pensou nas escolhas feitas a partir de um ponto?

Você se fez menina e suas memórias se alimentam das coisas vividas entre o campo e a cidadezinha, da lavoura para a cidade grande, de ouvinte para dentro do rádio. A menina franzina que teve de crescer… a mulher transgressora, que teve de virar menina.

Já te contei que você cura, foi bênção e foi milagre? Já te falei que aquele sonho de escrever para as pessoas virou realidade aos olhos do mundo e que suas palavras são lidas mundo afora?

Sabe, Mariana… já vivemos um pouco de tudo. Já enfrentamos algumas batalhas e foi aí que descobri que as escolhas tem sempre dois lados – no mínimo – e que nem sempre fazemos as escolhas certas. Quebramos a cara algumas vezes – e vamos continuar quebrando – porque a vida não vem com um manual onde você segue as regras e pronto.

Mas, sabe o que descobri? Que ser feliz só depende de mim, mesmo quando algumas coisas não vão bem. Que eu não posso colocar sobre o outro o poder de decidir quando e como eu possa sentir e isso, só mesmo o tempo que ensina.

Outra coisa que aprendi é que o tempo é realmente um dos deuses mais lindos, como diz Caetano em uma canção. E que ele passa em um galope. Daqui a um ano estarei escrevendo para a mulher em mim ou a menina sonhadora do meu coração?

Sempre digo que sou protegida e abençoada pelo universo pelas pessoas que ele coloca em meu caminho. As minhas raízes são profundas e feitas com muito amor e a minha entrega pela vida tenho certeza de que aprendi com você.

Seremos sempre pouso para os bichos – sem dúvida nenhuma – e seremos sempre abraços e mãos estendidas para quem precisar. Isso é o que faz com que no fim do dia o coração entre em acalanto e sossego.

Sabemos que mesmo que o dia não esteja tão bom, o riso será nosso escudo, mesmo que entre lágrimas… e que a vida é mesmo bonita de se viver.

Viva os 57 anos que a ternura nos moldou. Continuo contado com você.

Abraço,

Mariana Gouveia
Para a Mariana tantas que existem em mim.

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4 comentários em “Meus tantos… eu…

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