Ela nasceu Florinda. Em data que nunca consegui saber, por que ela dizia que o dia era hoje. O aniversário, agora. Logo virou Flor, que no linguajar do povo do interior se pronunciava Fulô. E assim era dona Fulô.
Tinha o dom de trazer as crianças ao mundo. Parteira desde mocinha. Ofício que herdara da mãe, que havia herdado da mãe dela e assim por diante. Nunca teve filhos dela própria, mas tinha uma legião de filhos que ela colocara no mundo.
Era linda, e eu digo o termo ERA apenas para ilustrá-la em vida, porque ainda a acho a pessoa mais linda dos mundos. Os olhos possuíam o azul mais azul que havia num céu sem nuvens, se bem que uma nuvem sempre havia em teu olhar e minha mãe dizia que somente eu conseguia vencer a barreira que ela criara em volta dela, com mistérios, magias e histórias.
Os cabelos, compridos, sempre envolvidos em coque no alto da cabeça, raramente desarrumados. Essa parte de meio flor fui eu quem criou um dia, ao conversar com meu irmão e falar sobre o jardim lindo que ela havia criado.
Ele disse:
– Ela é meio bruxa.
O qual eu respondi rápido:
– Ela é meio flor e meio fada. Porque só quem entende de coisas mágicas pode saber tanto.
Desse dia em diante, o medo dele foi amenizado. Não o perdeu de vez. Só no dia em que aprendeu poesia. Mas isso, é outra história.
Mariana Gouveia
Agosto é o mês dos duendes e de B.E.D.A
Participam desse projeto: Claudia Leonardi – Obdúlio Ortega – Lunna Guedes – Roseli Pedroso – Adriana Aneli –Darlene Regina
Florinda, inteiramente flor linda!
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❤
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Que personagem rica é essa Florinda! Sua definição então, pura magia que contagia a todos! Amei!
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Muito obrigada, Roseli! Abraço
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Ah, essas personagens mulheres tão imensas e tão incríveis.
Que bom que elas existem em nossos mundos para nos ensinar a olhar para dentro.
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São elas que nos moldam para a vida… Bacio
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