Resumir um ano inteiro e tão atípico em 6 fotos é um desafio. Eu poderia descrever cada mês com a mesma intensidade com que aconteceram os dias. Mas, até nossas vidas serem modificadas pela pandemia aconteceram encontros, abraços e risos.

A pandemia transformou meu dias em artesanatos, comida, livros, comidas, receitas, comida, fotografias, comida, caminhadas pelo meu quintal, comida, lives, comida, estudos, comida. Nuca estive tanto na cozinha como nesses meses.

Passei a acompanhar o por do sol do ângulo que o muro me permitia e os tons atravessaram os muros e fui brindada pela beleza. Tantas, em nuances e cores…

tantas em formas diversas e de alma.

Chorei perdas, sofri com números, usei máscaras, plantei flores e colhi tudo que plantei.
Aguentei desaforos, solidão, e escrevi…

Escrevi e lancei um livro: Desvios para atravessar quintais. Talvez não tenha conseguido passar nem aqui, nem no livro o ano diferente e assustador que o mundo inteiro viveu/vive… Mas, preferi encarar ele com poesias e é assim que esse projeto chega até você que me lê.

A possibilidade de uma vacina renova a esperança em um ano novo que chega. Não somos mais os mesmos. Não seremos. Há um novo tempo no ar. Isso causa medo e ao mesmo tempo me encoraja a acreditar. Enquanto tudo isso não chega, deixo vocês com a poesia:
“O cheiro da grama recém cortada dá a sensação de passado. A memória resgata lembranças que fizeram parte da infância. Contei minha vida em carta. O rádio e sua maneira de resgatar verdades. Tudo acontecia no século passado. A música da sua vida na voz do locutor. As ondas gravitacionais fazendo com que a viagem seja feita passo a
passo. O porta-retratos guardando a família toda. Os que já foram parecem mais presentes ainda, mesmo depois de tanto tempo. O verbo era quase um propósito de espera. As ervas no jardim, criando sementes – as flores sendo colo para a vida – e da semente, a flor… fruto. O amor sendo a palavra feminina na cor. Era apenas o regresso de um mundo que sonha vontade.”
Mariana Gouveia
Projeto 6 on 6
Scenarium Plural Editora.
Se tiver interesse em meu livro novo, é só chamar (11)99241-5985
Participam desse Projeto:
Participação de 6 On 6 de:
Lunna Guedes — Obdúlio Ortega— Darlene Regina
Observando suas fotos, a sensação de hiato entre o ontem e hoje cresceu em meu íntimo. Respirei fundo e ainda estou com a sensação que estava há pouco ao finalizar o meu post. rs
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Parece que estamos com a mesma sensação, amore. Grazie!
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Mariana, ao final de tudo, ter um livro publicado é uma redenção. E pelo que pude captar, é um belo livro! Parabéns!
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Foi a melhor coisa que me aconteceu nesse ano, com toda certeza!
Grata!
Abraço
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Dois mil e vinte foi um ano dolorido, uma cicatriz que vai ficar… Já me vejo avó, contando pros meus netos/netas (filhos dos filhos que nem sei se terei algum dia) histórias de um ano em que foi necessário parar, repensar, usar máscara. Um ano em que o medo imperou. Será que algo mudará no íntimo de cada ser após esse caos?
Beijos! Amei suas fotos!
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Também concordo, minha flor! Eu espero que sim, que possamos sair diferentes de tudo isso.
Grata por tudo! Beijos
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A áspera passagem desse tempo ao mesmo tempo em que acolhe o seu limo, abre algumas fendas por onde a luz, seja do sol ou da lua e mesmo das estrelas, revela pequenos e essenciais detalhes que o antes convencionado normal não permitia que pudéssemos viver com mais amor. Sei a dor das perdas, das que ainda iremos perder pela ausência dessa luz, sei do quanto e do como se instala a saudade, hoje cada vez mais enraizada na terra e na alma…sei dos dias que ainda não amanheceram pelos dias que já passaram….sei da palavra, mas o que mais sei é da tua palavra e é através dela que as manhãs são salvas….tua poesia liberta!
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eu agradeço imensamente. Suas palavras me encoraja em um momento tão delicado. Abraço
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Escreve sempre que precisar, estamos juntos!
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❤
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