Ao longo dos anos,
nem percebi que fui criando um léxico especial
com as palavras que usei para te nomear,
senhora minha.
.
Foram retiradas de um certo riacho
mágico
onde o verbo meu e o verbo teu
brincavam como peixinhos-crianças,
nossas palavras,
reverberando em pedregulhos
a semântica única
dos murmúrios dos amantes
.
Ah, aprendemos bem a lição de Kundera!…
.
Nomeei-te um dia
mar,
pois como um rio
correm minhas águas
para ti,
num fluxo natural
.
nomeei-te
nuvem
e a mim mesmo
pássaro alado,
em voo livre
atrás de teus infinitos todos
.
nomeei-te
lar,
porque teus olhos sobre mim
se tornaram a minha casa
.
nomeei-te
minha hóspede atemporal,
porque
podes vir a mim
sempre, sempre que quiseres,
.
e por fim,
nomeei-te
amor!
.
e foi tão simples,
tão absolutamente simples
chamar-te assim,
“amor”,
.
que prescindi
de qualquer outra explicação
ou entendimento.
.
Eduardo Ramos
*imagem: Kylie Sparrek
Ahhh que belas linhas para se ler!
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Grata, minha flor!
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Uau!!! impressionante… tão vivo o sentimento em tinta…
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Um dos mais poemas mais lindos que já li! Grata!
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posso ficar aqui a suspirar uns minutinhos?
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Te acolho num abraço…
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